A equipe do CITinova, projeto de sustentabilidade nas cidades executado pela Secretaria do Meio Ambiente (Sema) no Distrito Federal, apresentou resultados dos projetos-piloto no evento MundoGeo, nesta quarta-feira (18/05), em São Paulo e on-line via Zoom. As temáticas abordadas nos três painéis expositivos foram: planejamento urbano integrado; tecnologia e inovação; e disseminação de conhecimento.
“Apresentamos soluções tecnológicas inovadoras, metodologias e ferramentas de planejamento urbano integrado para apoiar gestores públicos, incentivar a participação social e promover cidades mais justas e sustentáveis”, afirmou a subsecretária de Assuntos Estratégicos da Sema/DF, Márcia Coura, na abertura.
O coordenador-geral de Ciência para Biodiversidade e diretor nacional do Projeto CITinova pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Luiz Henrique do Canto Pereira, destacou a importância dos projetos-piloto, que servirão de exemplo para outras cidades.
Já o gestor de Portifólio de Clima para a América Latina e Caribe do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Asher Lessels, pontuou a grave crise climática no mundo. “É importante, neste contexto, pensar em como podemos promover cidades sustentáveis. Temos visto iniciativas no Brasil que mostram que sustentabilidade é possível técnica e economicamente, servindo de exemplo para outras cidades. O desafio, agora, é ganhar escala”, disse.
Planejamento Urbano Integrado
O 1º painel expositivo começou às 9h45 com a apresentação da diretora de Projetos da Agência Recife de Inovação de Estratégia (ARIES), Mariana Pontes, sobre política de habitação de interesse social na cidade do Recife. Além de Brasília (DF), Recife é a outra cidade no Brasil integrante do Projeto CITinova. A capital pernambucana foi a 1ª cidade do Brasil a reconhecer a emergência climática, de acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Recife, Rafael Dubeux.
A subsecretária de Gestão Territorial e Ambiental da Sema/DF, Maria Silvia Rossi, apresentou, em seguida, o Sistema Distrital de Informações Ambientais (Sisdia). Segundo ela, 32 países e 282 municípios brasileiros já consultaram a plataforma. “Temos recursos básicos a avançados, para usuários de diferentes segmentos. Porém, 90% do acesso é de profissionais do planejamento urbano e de universidades”, pontuou.
Empreendedores públicos e privados encontram no Sisdia informações para tornar os empreendimentos ambientalmente corretos. “Os empreendedores comprometidos merecem ser recompensados e estamos estudando a criação de um selo que certifique esses empreendimentos urbanos sustentáveis e facilite o acesso ao crédito junto às instituições financeiras”, adiantou Maria Silvia Rossi.
Um internauta do público on-line perguntou sobre a participação de cidadãos no Sisdia e a subsecretária indicou o cadastro pelo botão Engajamento Cidadão, no Menu do site. “Trabalhamos com a transparência, então a participação é muito importante”, lembrou ela.
A professora do Departamento de Engenharia do Conhecimento da Universidade Federal de Santa Catarina, Clarissa Stefani, reconheceu a relevância do Sisdia. “O sistema presenta instrumentos para balizar tomadas de decisão pelas prefeituras”, destacou.
Todos os painéis foram moderados pela coordenadora nacional do CITinova junto ao MCTI, Ana Lucia Estival. Ao final do 1º painel, ela identificou a questão de gênero no Projeto CITinova. “Tivemos aqui um painel composto por cinco mulheres”, notou.
Tecnologia e Inovação
O Paniel 2 contou com a diretora de Projetos da Agência Recife de Inovação de Estratégia (ARIES), Mariana Pontes, apresentando os Jardins Filtrantes, um projeto CITinova que utiliza técnica inovadora de Solução Baseada na Natureza para limpar as águas do Rio Capiberibe.
A assessora especial da Subsecretaria de Gestão das Águas e Resíduos Sólidos da Sema/DF, Elisa Meirelles, expôs os resultados do projeto de mapeamento e recuperação de áreas degradadas em Áreas de Preservação Permanente (APP) e recarga hídrica nas Bacias do Paranoá e Descoberto.
“Não podemos pensar em cidades resilientes se não pensarmos em de onde vem a água e em como estão os ecossistemas”, abriu ela. “Visitamos 67 propriedades rurais, com áreas menores de 20 hectares. Temos que olhar de perto para a área rural, porque a água e a comida vêm dela”, lembrou.
O CITinova no DF recuperou 80 hectares com espécies nativas de árvores do bioma Cerrado, nas Bacia do Descoberto e Paranoá, e implantou 20 hectares de sistemas Agroflorestais (SAFs) mecanizados em 37 propriedades rurais. “A capacitação dos produtores rurais é muito importante, pois eles que estão lá no dia-a-dia”, afirmou Elisa Meirelles.
O Secretário de Meio Ambiente do Recife, Carlos Ribeiro, disse que todas as cidades no Brasil têm a necessidade de recuperar nascentes em APP. “Podemos usar o exemplo do DF para replicar. Me auto-convido pra visitar o projeto e conhecer de perto essa experiência que pode ser continuada em qualquer gestão”, disse ele.
Disseminação do Conhecimento
O Painel 3 teve apresentação do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), com o Observatório de Inovação para Cidades Sustentáveis (OICS). Acesse aqui. O Programa Cidades Sustentáveis (PCS) mostrou a Plataforma Cidades Sustentáveis, que, em julho, lançará o índice de sustentabilidade de todas as mais de 5 mil cidades brasileiras a partir dos ODS. “Queremos mostrar que podemos avançar em modelos de desenvolvimento menos agressivos”, concluiu coordenador geral do PCS e do Instituto Cidades, Jorge Abrahão.
O secretário do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Prefeitura de Campinas (SP), Rogério Menezes, trouxe a experiência de mais de 10 anos de adesão ao Programa Cidades Sustentáveis.
O Ministério de Desenvolvimento Regional esteve representado pelo coordenador de Apoio à Gestão Regional e Urbana Substituto, Nathan Belcavello de Oliveira, que falou sobre a elaboração da Política Nacional de Desenvolvimento Urbano. Ele apresentou as Redes de Desenvolvimento Urbano Sustentável (ReDUS), que podem ser conhecidas aqui.
MundoGEO – MundoGEO Connect é um evento anual cujo objetivo é reunir plataformas de processamento de dados, desenvolvedores de sistemas, entidades reguladoras, universidades e usuários públicos e privados das tecnologias. Seu intuito é a disseminação de conhecimento, o estímulo à inovação e o fomento de novos negócios em áreas como agricultura, florestas, meio ambiente, cidades inteligentes, energia e segurança. Em paralelo à apresentação do CITinova, no mesmo local, ocorreram também workshops, eventos e treinamentos. O evento segue até sábado (19/05).
As apresentações podem ser conferidas na gravação disponível no YouTube.
CITinova – É um projeto multilateral executado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), com recursos do Global Environment Facility (GEF) e implementação a cargo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). A execução no DF se dá por meio da Sema, em parceria com o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE).
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* Reportagem da Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Distrito Federal (SEMA-DF)
