CITinova
27 Apr 2022 Reportagem Climate Action

Parceiros do CITinova visitam as ações do projeto no DF

Luzia Ediana Rosa Duarte é agricultora no Assentamento Canãa e foi uma das 37 beneficárias do Projeto CITInova de implantação de Sistemas Agroflorestais (SAFs) mecanizados em 20 hectares nas bacias do Descoberto e Paranoá. Ela e o marido, Atemildo Rodrigues Duarte, receberem a comitiva de gestores e técnicos do Projeto na propriedade, que, com dois anos de implantação, já apresenta bons resultados.

Participaram da visita técnica representantes do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI), Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Agência Brasileira de Cooperação (ABC), Instituto Brasília Ambiental e Secretaria de Meio Ambiente do Distrito Federal (Sema/DF).

“Com o plantio de mais de 500 árvores aqui, já colhemos muitas bananas, mandioca, feijão, milho e mexerica. O clima também melhorou: os eucaliptos fazem uma sombra muito boa e protegem as plantas menores do sol quente. E nós também”, contou Luzia Ediana Rosa Duarte sobre o SAF de meio hectare implantado em janeiro de 2020.

Atemildo Duarte ressaltou que, antes do Projeto, logo que iniciava o período seco a cisterna baixava muito, até secava. “Agora, a cisterna se mantém com boa quantidade de água por mais tempo e não sofremos mais de falta de água”, disse ele. O casal destacou que outro benefício do SAF foi o acesso ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) como fornecedor de produtora agroecológicos para a merenda escolar. Eles também estão planejando a continuidade de ações com assistência da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater).

Agricultres beneficiados
Luzia Ediana e Atemildo Duarte: agricultores beneficiados pelo projeto CITinova com meio hectare de SAF.

A família usa a produção para consumo e vende o excedente na feira agroecológica em Brazlândia. A comitiva CITinova ficou impressionada com o crescimento das árvores e com o resultado no bioma local. “As ações de recuperação são importantes para a produção de água na região, uma das mais importantes para o abastecimento hídrico do DF” afirmou a coordenadora executiva do CITinova, Nazaré Soares.
 

RENDA E CONSERVAÇÃO

Visita tecnica
Visita técnica na área com plantio de mudas nativas na Chácara Buriti.

“Os SAFs trazem produção, renda e proteção ao meio ambiente. Cada produtor escolheu as espécies que queria cultivar, gerando assim um interesse na conservação”, ressaltou a assessora especial da Subsecretaria de Gestão das Águas e Resíduos Sólidos da Sema/DF, Elisa Meirelles.

Além da propriedade de Luzia e Atemildo, a comitiva CITinova visitou a Chácara Buriti, também na Bacia do Descoberto, de Urias Pedro da Silva, onde foram plantadas 578 mudas de árvores nativas para a recomposição vegetal em Área de Proteção de Manancial. A nascente na propriedade do Sr Urias garantiu, na crise hídrica do DF em 2017, o abastecimento dele e dos vizinhos. Após o plantio na Área de Preservação Permanente (APP), o nível da água subiu.

Segundo os representantes do MCTI presentes na comitiva, os resultados são animadores e a visita foi muito proveitosa. Já para o gestor de Portfólio da América Latina e Caribe do Pnuma, Asher Lessels, a visita foi uma oportunidade para ver as mudanças geradas pelo Projeto CITinova.

“Pudemos conhecer melhor a inovação que os produtores estão incorporando e soluções tecnológicas-modelo que podem ser replicadas em larga escala. As lições aprendidas pelo Projeto servirão para a melhoria na gestão ambiental do DF”, disse Asher Lessels.

Comitiva CITinova
Comitiva CITinova na nascente protegida da propriedade de Urias da Silva.

 

USINA FOTOVOLTAICA

A comitiva também visitou o local escolhido para a implantação da usina fotovoltaica demonstrativa no Parque Ecológico de Águas Claras, um descampado com inclinação favorável ao sol, onde serão instalados painéis solares em uma área de 2,5 mil metros quadrados, previstos para o segundo semestre deste ano.

A energia gerada na usina será distribuída pela concessionária e o Governo do Distrito Federal receberá créditos nas contas de luz dos prédios públicos. Assim, os recursos poderão ser distribuídos para melhorias nas instalações dos parques públicos. A população terá demonstrações, no local, sobre o funcionamento da usina e material educativo sobre energia solar renovável.

Local da usina fotovoltaica
Local da usina fotovoltaica no Parque de Águas Claras: serão 400 metros2 de painéis solares para geração de energia limpa.

“Aproveitamos a oportunidade no Parque Águas Claras para apontar no caminho outras ações realizadas pelo Projeto CITinova”, destacou a coordenadora do Projeto CITinova junto à Sema/DF, Márcia Coura. “Passamos pelo plantio demonstrativo feito na Semana da Água (março de 2022) com alunos do Centro Educacional 4 do Guará e por duas áreas de recuperação de nascentes e APPs”. Nestas áreas do parque, foram recuperados aproximadamente cinco hectares com espécies nativas do Cerrado, que vêm sendo monitorados desde 2020.

 

LIXÃO DA ESTRUTURAL

Para finalizar o dia de visitas técnicas, a comitiva do CITinova contou com as explicações in loco do Professor Doutor José Eloi Guimarães Campos, geólogo contratado para o Diagnóstico de Contaminação e Proposta de Remediação do Antigo Lixão da Estrutural. O estudo pode ser acessado aqui.

“Nesses 20 poços de monitoramento de contaminação da água subterrânea, podemos verificar a presença de substâncias contaminantes como amônia, cálcio, magnésio e sulfato acima dos limites permitidos. Com a coleta do chorume do Lixão no tanque, o afluente é devolvido para o solo com menos contaminantes e assim por diante, num processo natural de filtragem”, explicou o Professor Eloi.

A visita foi finalizada sobre o “bolo de noiva”, um maciço de lixo de mais de 60 anos e com 40 metros de altura, no centro da área do Lixão da Estrutural, hoje desativado para resíduos domésticos.

Lixão da Estrutural
Prof. Dr. José Eloi Campos: aula sobre o tratamento do chorume (ao fundo) no Lixão da Estrutural

Integraram a comitiva o diretor nacional do Projeto CITinova junto ao MCTI, Luiz Henrique do Canto Pereira; a coordenadora nacional do Projeto e a coordenadora técnica junto ao MCTI, Ana Lúcia Stival e Angélica Griesinger; o gestor de Portfólio da América Latina e Caribe do Pnuma, Asher Lessels; a representante da ABC, Alda Alves; a coordenadora do Projeto CITinova junto à Sema/DF, Márcia Coura; a coordenadora executiva, Nazaré Soares; a assessora especial da Subsecretaria de Gestão das Águas e Resíduos Sólidos da Sema/DF, Elisa Meirelles; o assessor da Secretaria Executiva da Sema/DF, Charles Dayler; o técnico Webert Oliveira, do Instituto Brasília Ambiental; e os técnicos do Projeto, André Souza e Homel Marques.

Confira mais fotos da visita técnica aqui.

CITinova – É um projeto multilateral executado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Os recursos são do Global Environment Facility (GEF), com implementação a cargo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). A execução no DF se dá por meio da Sema, em parceria com o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE).
 

Para mais informações, favor entrar em contato com:

unep-brazil-news@un.org , Unidade de Comunicação do PNUMA Brasil

* Reportagem da Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Distrito Federal (SEMA-DF)