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02 Jun 2022 Notícia Direitos e governança ambiental

Lideranças mundiais participam de encontro da ONU em Estocolmo e pedem mais ações pelo planeta

Estocolmo, 2 de junho de 2022 - Cinquenta anos após a Suécia ter sediado a primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, e com o mundo enfrentando uma tripla crise planetária de mudança climática, perda de biodiversidade e poluição, governos, sociedade civil, juventude e setor privado se reuniram hoje em um encontro internacional, chamado Estocolmo+50, com o objetivo de impulsionar ações urgentes em prol de um planeta saudável para a prosperidade de todos e todas.

Milhares de participantes estão acompanhando presencialmente o evento, que foi convocado pelas Nações Unidas e coorganizado pela Suécia e Quênia. A lista de participantes inclui o Rei da Suécia Carl XVI Gustaf, a primeira-ministra sueca Magdalena Andersson, o presidente queniano Uhuru Kenyatta, o presidente de Comoros Azali Assoumani, o presidente da Líbia Mohamed al-Menfi, o Secretário-geral da ONU António Guterres e o enviado especial da Presidência dos Estados Unidos para o clima John Kerry.

 "A crise para o nosso meio ambiente e o nosso clima afeta pessoas em todo o mundo. Os países desenvolvidos são os que mais poluem e mais poluíram. Mas os mais pobres são os mais duramente atingidos", disse a primeira-ministra Andersson em seus comentários iniciais. "Devemos assegurar que nenhum país seja deixado para trás. E devemos garantir que nenhuma pessoa seja deixada para trás. A transição climática só pode ser feita se for de uma forma social e inclusiva. Isto não é apenas uma opção. É nossa obrigação moral".

Em seus discursos, as lideranças enfatizaram a necessidade de uma ação decisiva para transformar a economia global e a relação da humanidade com a natureza, no intuito de que as pessoas e o planeta prosperem.

"Temos uma oportunidade excepcional de transformar compromissos climáticos e ambientais em ação, se trabalharmos juntos como uma comunidade de nações. Uma maior ambição em financiamento e implementação deve estar no centro dessas ações", disse o presidente Kenyatta, do Quênia, país sede do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) desde sua criação, após a Conferência de Estocolmo de 1972.

O Secretário-geral da ONU, António Guterres, advertiu que "o bem-estar global está em perigo, em grande parte porque não cumprimos nossas promessas sobre o meio ambiente".

"Precisamos mudar de rumo - agora - e acabar com nossa guerra suicida contra a natureza e sem sentido", afirmou Guterres. "Devemos dar verdadeiro valor ao meio ambiente e ir além do Produto Interno Bruto (PIB) como medida de progresso e bem-estar humano. Não esqueçamos que quando destruímos uma floresta, estamos criando PIB. Quando pescamos demais, estamos criando PIB. E o PIB não é uma forma de medir a riqueza na situação atual do mundo. Ao invés disso, devemos migrar para uma economia circular e regenerativa".

Entre os nomes da sociedade civil que farão discursos estão as lideranças da juventude Vanessa Nakate da Uganda, Reem Al-Saffar do Iraque, Christianne Zakour de Trindade e Tobago, e Joan Carling, líder fundadora e co-diretora da Indigenous Peoples Rights International. Representantes do setor privado, do meio acadêmico e de grupos religiosos também farão parte das discussões.

"Estocolmo+50 é uma oportunidade para o mundo se comprometer, de uma vez por todas, a realizar essas transformações. Esta conferência é uma chance de ampliar um movimento global em direção a um mundo mais solidário", disse Inger Andersen, Secretária-Geral de Estocolmo+50 e Diretora Executiva do PNUMA. “Um mundo no qual as necessidades da juventude, das comunidades vulneráveis e dos povos indígenas são mais importantes do que as demandas das elites por mais riqueza e poder. Um mundo que cria relações de confiança. Um mundo no qual as pessoas vivam em harmonia com a natureza. Um mundo que transforma compromisso em ação", complementou.

Estocolmo+50 está estruturado em quatro sessões plenárias nas quais as lideranças delinearão ações ousadas e urgentes para salvaguardar a saúde planetária e acelerar a implementação da Agenda 2030 e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Três Diálogos de Liderança se concentrarão na reflexão sobre a necessidade urgente de ações para alcançar um planeta saudável e a prosperidade de todos e todas, alcançar uma recuperação sustentável e inclusiva da pandemia de COVID-19, e acelerar a implementação das dimensões ambientais do desenvolvimento sustentável, produzindo recomendações e mensagens claras e concretas para ação em todos os níveis.

Centenas de eventos paralelos, eventos associados e webinares - incluindo muitos realizados antes e depois da reunião - abordarão temas relevantes de Estocolmo+50 e ampliarão ainda mais o escopo da conversa.

Na preparação para Estocolmo+50, foi organizada uma série de consultas regionais com múltiplos participantes na África, Ásia e Pacífico, Europa, América Latina e Caribe, e Ásia Ocidental, com o objetivo de envolver o maior número possível de participantes.

 Os processos preparatórios para o encontro internacional já produziram fortes mensagens sobre a necessidade de transformações dos setores de alto impacto por meio de transições justas e equitativas, de alinhamento dos fluxos financeiros com a Agenda 2030 e os Acordos Ambientais Multilaterais, de sinais em todo o sistema para corrigir nossos sistemas econômicos atuais, e da adoção do direito humano a um meio ambiente saudável.     

NOTAS AOS EDITORES

Sobre Estocolmo+50

Estocolmo+50: um planeta saudável para a prosperidade de todos e todas - nossa responsabilidade, nossa oportunidade" (Estocolmo+50) é um encontro internacional, organizado pelo Governo da Suécia e convocado pela Assembleia Geral das Nações Unidas para ocorrer em Estocolmo, Suécia, ns dias 2 e 3 de junho de 2022. Ele marca os 50 anos desde a Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente Humano de 1972, que pela primeira vez tornou o meio ambiente uma questão global premente, contando com cerca de 113 países e que, entre os resultados, está a adoção de uma série de princípios sobre o meio ambiente, incluindo a Declaração de Estocolmo e o Plano de Ação para o Meio Ambiente Humano. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) foi criado como resultado da Conferência de 1972.

Sobre o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA)

O PNUMA é uma das principais vozes globais em questão ambiental. Fornece liderança e incentiva parcerias com foco no cuidado com o meio ambiente, inspirando, informando e capacitando nações e povos a melhorarem sua qualidade de vida sem comprometer a das gerações futuras.

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