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24 Mar 2022 Notícias Cidades

Semana da Água: webinário apresenta ações de preservação do recurso no DF

Brasília, 24 de março - A Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Distrito Federal (Sema/DF), por meio do Projeto CITinova de Planejamento Integrado e Tecnologias para Cidades Sustentáveis, realizou um webinário no dia 24 de março em celebração à Semana da Água.

No evento, foram apresentadas iniciativas governamentais sobre as ações de recuperação da vegetação nativa em áreas degradadas para a preservação dos recursos hídricos no Distrito Federal. Participaram gestores públicos, universidades, instituições de classes e público em geral. No total, 226 pessoas se inscreveram no evento.

A programação contou com a apresentação dos projetos: Ações de Recomposição da Vegetação Nativa do Projeto CITinova; Recuperação da Orla, pela Sema/DF; Programa Reflorestar, pela Seagri/DF; Recuperação de Áreas de Proteção de Manaciais, pela Caesb; e Proteção dos Recursos Hídricos, pelo Brasília Ambiental.

O secretário do Meio Ambiente do Distrito Federal, José Sarney Filho, abriu o evento agradecendo a presença de todos. “A necessidade de destacar essas ações se dá pela possibilidade de termos uma crise hídrica ainda maior no DF, a partir do relatório recente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Já sabemos que teremos mais dias de seca e menos dias de chuva, com chuvas mais intensas. Por isso, temos que trabalhar na adaptação e mitigação. As crises que virão serão menos severas se continuarmos nesse trabalho”, ressaltou.

Semana da Água 2022

A representante do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e coordenadora nacional do Projeto CITinova, Ana Stival, contextualizou o Distrito Federal na previsão das Nações Unidas de que, em 2050, 70% da população mundial viverá nas cidades. “Então, a sustentabilidade urbana é fundamental. O DF entrou no programa do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), que atua no mundo todo, com um investimento de 7 milhões de dólares”, disse.

O Gerente de Portfólio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Asher Lessels, destacou que o IPCC também apontou que mais de três bilhões de pessoas no mundo hoje vivem em contextos vulneráveis às mudanças climáticas.

“Todos sabemos da importância dos recursos hídricos. O IPCC deixou claro: impactos e riscos das mudanças climáticas estão se tornando cada vez mais complexos e difíceis de lidar. A Nasa informou que os últimos 22 anos foram os mais quentes da história”, afirmou. Para Lessels, a Sema está avançando na proteção dos recursos hídricos do DF, com foco em soluções tecnológicas e sociais que podem ser replicadas em escala, para todas as bacias hidrográficas do DF.

Boas práticas

O Programa CITinova no DF tem duas ações-piloto de recuperação de áreas degradadas: uma de boas práticas, focada na agricultura familiar, e outra de recomposição de Áreas de Preservação Permanente (APPs) de entorno de nascentes e cursos d'água, bem como áreas de recarga hídrica.

Visita à chácara de Ilnéia Rocha, na Bacia do Descoberto. Foto: Matres Ambiental
Visita à chácara de Ilnéia Rocha, na Bacia do Descoberto. Foto: Matres Ambiental
Plantio no Riacho Fundo: recuperação de nascentes. Fotos: Letícia Verdi
Plantio no Riacho Fundo: recuperação de nascentes. Fotos: Letícia Verdi

A assessora especial da Sema Mona Bittar explicou, na primeira apresentação do webinário, como foram implantados 20 hectares de Sistemas Agroflorestais (SAFs) mecanizados, beneficiando 37 propriedades. “Já estamos indo para o 3º ano de implantação e posso dizer, porque acompanho de perto, que estão todos muito abundantes, produzindo”, contou ela.

Os SAFs são um tipo de cultivo baseado na dinâmica da floresta, que combina espécies florestais e culturas agrícolas e/ou pecuária. O objetivo é conciliar o equilíbrio ecológico com a geração de renda, por meio da venda de produtos orgânicos.

A recuperação de nascentes das duas principais bacias hidrográficas do DF, Paranoá e Descoberto, já receberam 67,5 mil mudas de árvores nativas, em 80 hectares. “Agora, estamos na fase de monitoramento e manutenção. Atendemos 67 produtores rurais e dois parque ecológicos – Águas Claras e Riacho Fundo”, explicou a coordenadora de Recursos Hídricos da Sema, Patrícia Valls.

Orla do lago

Em seguida, a subsecretária de Assuntos Estratégicos da Sema/DF, Marcia Coura, apresentou as ações de recuperação da orla do Lago Paranoá, com plantio de espécies nativas do Cerrado. A demanda total de recuperação é de 524 hectares. “Percebemos que não basta proteger os primeiros 30 metros de orla se tem uma região acima da APP que está muito ruim. O carreamento de solo continua acontecendo. Portanto, ampliamos a área de atuação”, explicou. A áreas do Lago Sul e Riacho Fundo receberam mais de 43 mil mudas. Uma das 50 placas instaladas pelo projeto diz: “O verde desta área protege o azul do Lago Paranoá”.

A orla Norte do Lago Paranoá também será atendida, por meio da iniciativa Recupera Cerrado. “A Sema está em busca de novas parcerias, pois temos um passivo de 409 hectares por recuperar”, destacou Márcia Coura. A recuperação vegetal da orla do Lago Paranoá contribui para a estabilidade da margem, a preservação dos recursos hídricos e a manutenção da biodiversidade. Entre os benefícios, estão a mitigação climática, melhor qualidade de vida, opções de lazer e prática de esportes e o embelezamento da cidade.

Sobre o CITinova

O CITinova é um projeto multilateral executado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Os recursos são do Global Environment Facility (GEF), com implementação a cargo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). A execução no DF se dá por meio da Sema, em parceria com o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE).

*Com informações das Assessorias de Comunicação do Projeto CITinova.