18 Dec 2019 Reportagem Nature Action

Recuperando uma espécie rara na Patagônia Chilena

Um pássaro parecido com o avestruz, o nandu-de-darwin (Rhea pennata), parente da ema, é um dos moradores mais distintos, lendários e ameaçados de extinção da estepe chilena.

As emas não voam, mas graças às suas asas incomumente grandes, que se espalham atrás de seus corpos enquanto correm de predadores, elas podem correr a velocidades acima de 50 km/h. Duas espécies de ema, a Rhea penntata e a Rhea americana, ocupam áreas na Patagônia, abrangendo a Argentina e o Chile.

 

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Imagem de Tompkins Foundation

Um programa de conservação inovador da Tompkins Conservation está ajudando a recuperar este pássaro icônico na Patagônia Chilena.

“Tivemos uma temporada de incubação muito bem-sucedida, com 22 filhotes no Parque Nacional da Patagônia, no único centro de reprodução da América do Sul para o nandu-de-darwin”, diz Kristine Tompkins, Presidente da Tompkins Conservation e Patrocinadora de Áreas Protegidas do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

“Em quatro anos de nosso programa de refaunação, a população dessas espécies ameaçadas, que caiu para apenas 20 indivíduos no Parque Nacional da Patagônia, triplicou”, acrescenta ela.

O Centro de Reprodução de Ñandú (nandu-de-darwin) iniciou suas operações em 2015 no Parque Nacional da Patagônia. Ele faz parte de um programa maior de recuperação de espécies nativas para criar ecossistemas completos e saudáveis.

“Desde a década de 1970, houve declínios globais na extensão e integridade dos ecossistemas, na distinção das comunidades ecológicas locais, na abundância e no número de espécies selvagens e no número de variedades domesticadas locais”, diz um artigo recente da Science intitulado Pervasive human-driven decline of life on Earth points to the need for transformative change (O declínio da vida na Terra devido à ação humana, aponta à necessidade de transformação), escrita pelos autores da Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Avaliação Global da Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos.

“Diante da crise de extinção global, a refaunação de espécies ameaçadas de extinção é um ato de importância vital. Além disso, ecossistemas funcionais e áreas protegidas representam uma das estratégias mais eficientes e de longo prazo para mitigar a crise climática”, diz Doreen Robinson, Especialista em Ecossistemas e Vida Selvagem do PNUMA.

Cristián Saucedo, Diretor de Vida Selvagem da Tompkins Conservation, explica: “Estamos muito felizes com esta estação de reprodução como um avanço concreto no sentido de repovoar o nandu-de-darwin na região e garantir sua permanência a longo prazo”.

Esta iniciativa é o primeiro esforço para trazer de volta a espécie para a região de Aysén, no Chile.

 

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No centro de reprodução da Tompkins Conservation, os técnicos, com a ajuda dos machos que desempenham o papel de pais adotivos, criam filhotes dos ovos produzidos dentro do parque e de ovos doados que foram incubados perto de Coyhaique, na Estância Baño Nuevo. Transferidos por aeronaves, esses ovos garantirão que a população tenha diversidade genética.

O objetivo da equipe de refaunação da Tompkins Conservation é aumentar a população de nandus-de-darwin selvagens no Parque Nacional da Patagônia em pelo menos 30%. Este novo parque nacional, criado com a doação de terras e infraestrutura pela Tompkins Conservation em 2019, é a única área protegida na região com habitat adequado para as espécies e o único parque nacional no Chile com um centro de reprodução de espécies ameaçadas.

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Juntamente com o guanaco, o nandu-de-darwin é o animal nativo mais populoso das estepes da Patagônia, embora o Chile tenha apenas 10% da população total.

"O trabalho de refaunação de biólogos e especialistas em nossa equipe é de vital importância", diz Carolina Morgado, Diretora Executiva da Tompkins Conservation do Chile. A equipe de refaunação também está ajudando a recuperar populações de puma e de cervos huemul em perigo de extinção, entre outros.

 

Para imprensa, por favor entre em contato com:

Roberta Zandonai, Gerente de Comunicação Institucional, PNUMA, roberta.zandonai@un.org