Unsplash/freepik
27 Jul 2021 Reportagem Chemicals & pollution action

Como a compostagem pode reduzir nosso impacto no planeta

Unsplash/freepik

Todos os anos, 1,3 bilhões de toneladas de alimentos são perdidas ou desperdiçadas no mundo, segundo o Índice de Desperdício de Alimentos do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

Com o aumento da fome mundial devido à pandemia COVID-19, a necessidade de reduzir o desperdício de alimentos se torna cada vez mais urgente.

Um relatório publicado em julho de 2021 pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, o Programa Mundial de Alimentos, a Organização Mundial da Saúde e outras agências da ONU mostra que um décimo da população mundial - cerca de 811 milhões de pessoas - estava subnutrida em 2020, 118 milhões a mais do que em 2019.

Além de agravar a fome e a insegurança alimentar, a perda e o desperdício de alimentos contribuem para as três crises planetárias que ameaçam nosso futuro coletivo - mudança climática, perda de biodiversidade e poluição.

Mas enquanto a perda e o desperdício ocorrem em todo o sistema alimentar, os indivíduos e as famílias podem ajudar a enfrentar esse desafio. Na verdade, com quase 570 milhões de toneladas de perdas e desperdício produzidos em residências, sua ação é fundamental.

As diretrizes emitidas pelo PNUMA e pelo Instituto para Estratégias Ambientais Globais (IGES na sigla em inglês) mostram que a prática da compostagem é uma das melhores opções para a gestão de resíduos orgânicos, ao mesmo tempo em que reduz os impactos ambientais.

A compostagem adequada dos resíduos orgânicos que geramos em nossa vida diária - alimentos não comestíveis ou não utilizados - pode reduzir a dependência de fertilizantes químicos, ajudar a recuperar a fertilidade do solo e melhorar a retenção de água e a entrega de nutrientes às plantas.

Mais amplamente, ao reduzir o desperdício de alimentos, a compostagem também ajuda a reduzir as emissões de gases de efeito estufa que afetam a mudança climática. A perda e o desperdício de alimentos geram cerca de 8 a 10% das emissões globais de gases de efeito estufa, enquanto que a utilização da terra e dos recursos hídricos pressiona cada vez mais a biodiversidade.

"Nossa relação com a natureza é desequilibrada. A natureza está continuamente dando, e os seres humanos estão continuamente tomando e descartando" explica Doreen Robinson, Chefe de Vida Selvagem do PNUMA.

Em vez disso, "precisamos aplicar um pensamento circular no qual a vida é sustentada e as coisas são continuamente reaproveitadas" diz Doreen.

Apoiando a transição para sistemas alimentares que proporcionem impactos positivos sobre a nutrição, o meio ambiente e os meios de subsistência; o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) é um contribuinte do Programa de Sistemas Alimentares Sustentáveis da One Planet Network, liderando o desenvolvimento de uma diretriz para a formulação de políticas colaborativas; e membro da Plataforma de Parceria Transformativa, informando doadores e formuladores de políticas e promovendo a inovação. O PNUMA também é o guardião do elemento de desperdício de alimentos do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 12.3, comprometendo os Estados-membros a reduzir pela metade seu desperdício de alimentos per capita no varejo; e está atualmente desenvolvendo o Índice de Desperdício de Alimentos, um banco de dados global de resíduos de alimentos que permite aos países acompanhar seu progresso em direção ao Objetivo.