A juventude de hoje carrega consigo um fardo desproporcional devido às crises ambientais que o mundo enfrenta, que afetarão seu futuro. Pesquisas mostram que muitos jovens sentem-se frustrados e ignorados, gerando uma sensação de injustiça que nos últimos anos tem alimentado uma onda de ativismo climático liderada pela juventude.
Segundo um estudo recente, crianças nascidas em 2020 terão de duas a sete vezes mais eventos climáticos extremos, sobretudo ondas de calor, do que pessoas nascidas em 1960. O estudo conclui que existe "uma grave ameaça à segurança das futuras gerações" e pede "reduções drásticas de emissões para salvaguardar seu futuro".
Pesquisas do Departamento de Economia e Assuntos Sociais das Nações Unidas mostram que existem hoje cerca de 1,2 bilhões de jovens de 15 a 24 anos no mundo. Trata-se de uma porcentagem enorme da população mundial cujos interesses e opiniões têm sido tradicionalmente desconsiderados.
O Dia Internacional da Juventude deste ano, dia 12 de agosto, destaca o potencial da Solidariedade Intergeracional no avanço dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), de acordo com o relatório do Secretário Geral da ONU sobre a Agenda Comum. O relatório pede às autoridades políticas que ouçam e trabalhem com os jovens.
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) reconhece o importante papel que os jovens desempenham em todas as questões ambientais que o mundo enfrenta atualmente. O PNUMA ajudou a estabelecer A Juventude Global pelo Meio Ambiente, que reúne jovens de todo o mundo e os inspira a agir localmente, nacionalmente e internacionalmente em prol da conservação ambiental e de uma governança ambiental baseada no interesse da juventude.
"Os jovens têm ajudado a reformular o debate climático global porque sabem que serão eles que herdarão um planeta destruído", disse Sam Barratt, Chefe da Unidade de Juventude, Educação e Advocacy do PNUMA
Vários ativistas jovens têm destacado que, com muita frequência, os legisladores e funcionários do governo dão apoio público aos jovens líderes e lhes dão um assento à mesa em prestigiosas conferências internacionais, diz Barratt. Mas longe das câmeras, quando políticas importantes que afetam os jovens estão sendo feitas, suas vozes e interesses muitas vezes não são levados em conta.
Os jovens ativistas dizem que eles querem mais do que uma mera bajulação dos líderes globais. Eles querem processos de elaboração de políticas mais inclusivos e um lugar à mesa de decisão.
Durante a recente Assembleia da Juventude na Estocolmo+50, os jovens pediram a inclusão da juventude nos processos ambientais e multilaterais no caminho para a Conferência da ONU sobre Mudança Climática no Egito (COP 27).
"A mudança está chegando", disse Jayathma Wickramanayake, Enviada da ONU para a Juventude. "Continuaremos a lutar para que nossas vozes [jovens] sejam ouvidas à mesa de decisão".
Ao longo dos anos, múltiplas declarações e pactos internacionais exigiram a elaboração de políticas inclusivas, incluindo recomendações para acelerar a ação em direção a um planeta saudável em prol da prosperidade de todos e todas, conforme estabelecido na Agenda de Estocolmo+50 para Ação, Renovação e Confiança - Produções e resultados.
O reconhecimento da responsabilidade intergeracional é uma pedra angular de uma política sólida e coloca à frente e no centro o papel crítico dos jovens na ação climática e a necessidade de construir nos jovens a capacidade de se engajar com líderes globais e instituições financeiras.
Para promover a solidariedade intergeracional, entre outras atividades, o PNUMA tem trabalhado com a iniciativa Connect4Climate do Banco Mundial para lançar uma série de vídeos do YouTube que fomentam um diálogo intergeracional.
Os vídeos apresentam os defensores de ações climáticas de todas as idades e origens a fim de trocar ideias e experiências e construir solidariedade.
O último episódio, transmitido no Dia Internacional da Juventude, apresenta Aldo Manos de 89 anos, ex-funcionário sênior da ONU, e Emmanuela Shinta, de 29 anos, cineasta ambientalista e representante do povo indígena de Kalimantan, Indonésia. Eles discutem a crise climática, estilos de vida sustentáveis, o valor da natureza, a educação ambiental e a necessidade de uma mudança na mentalidade global para proteger e restaurar a teia da vida.
60 milhões de empregos que serão criados pela economia verde em 30 anos ainda nem sequer existem.
O PNUMA e parceiros também estão trabalhando com redes de ensino superior e jovens de todo o mundo, integrando a educação ambiental e a conscientização nos currículos para equipar os jovens com as ferramentas e habilidades necessárias hoje, para os empregos da futura economia verde que queremos.
"A responsabilidade intergeracional é, no final das contas, uma questão de justiça ética e moral", disse Barratt.
"As gerações futuras, que provavelmente enfrentarão eventos climáticos extremos mais frequentes e intensos, têm se concentrado na defesa feroz e eficaz dos jovens ativistas climáticos. Agora é hora de engajar de forma significativa nossos jovens - fornecendo-lhes não apenas um assento nas mesas de decisão, mas também as habilidades e a capacidade de operar efetivamente nestas mesmas mesas".
O Dia Internacional da Juventude é comemorado todos os anos em 12 de agosto, trazendo à atenção da comunidade internacional as questões da juventude e celebrando o potencial da juventude como parceira na sociedade global de hoje. A juventude é fundamental para alcançar um planeta mais sustentável e saudável. O PNUMA está comprometido em promover o trabalho dos jovens em todo o mundo em prol do meio ambiente e fornecer plataformas seguras e abertas para apoiar a interação com os formuladores de políticas.
Para mais informações, favor contatar Sam Barratt ou Juan Pablo Celis Garcia.
